quarta-feira, 8 de março de 2006

DESISTIR....JAMAIS!!!!


Oito horas da manhã. Na pacata cidadezinha do interior, os moradores estão chegando para a missa de ação de graças. O prefeito repassa na memória o discurso que fará depois. Lá fora, o boi de ontem já está preparado para ser o churrasco de hoje. A mocinha engomada pensa na lambada de logo mais, quando a festa estará então completa. A missa acaba. No palanque, o prefeito discursa. Depois dos aplausos e da benção do padre, churrasco e muita musica para comemorar a entrega da estação terrena de comunicações por satélite daquela cidadezinha. É o DDD funcionando em mais uma cidadezinha.
Esta cena se repete invariavelmente na vida dos técnicos de telecomunicações da Embratel responsáveis pela implantação dessas estações. Para chegar até aí, um longo caminho difícil e pontilhado de aventuras - algumas pitorescas, outras complicadas - mas, na visão de Carlos Alberto Parrini, do DTS.2, o resultado final é sempre gratificante.
Tendo participado da implantação de centenas de estações terrenas, Parrini, há 15 anos na Embratel, já vivenciou toda sorte de aventuras por este país afora (ou melhor, adentro). Na grande maioria, em locais de difícil acesso, cidadezinhas perdidas no mapa e quase totalmente desconhecidas. Parrini revela que é sempre uma emoção sentir a expectativa dos habitantes, que acompanham ansiosos os trabalhos de implantação das estações. "Eles ficam felizes, fazem de tudo para nos agradar, nos enchem de perguntas e mal podem esperar pelo dia da inauguração", conta ele. Na sua opinião, é gratificante levar comunicações a lugares tão distantes.
Viagens - As viagens na vida profissional de nossos técnicos são frequentes e, quando no Rio, "mal esquentam o lugar", diz Parrini. É questão de poucos dias ou semanas, até serem encaminhados para novos projetos. Os trabalhos de instalação de uma estação terrena levam, no mínimo 30 dias e, no máximo, cerca de 2 meses para serem concluídos. Mas existem exceções, e esse prazo pode se estender bastante, como no caso da instalação de uma estação terrena de grande porte. Parrini viveu durante um ano na ilha do Mosqueiro, a 70 kilometros de Belém, onde hoje está ativada a segunda maior estação doméstica do País (a primeira é a de Guaratiba).
Tensão - "Cada viagem é uma aventura", diz Parrini. São Felix do Araguaia (MS), por exemplo, é uma cidade que lhe deixou "tensas recordações". Lá Parrini chegou com outros companheiros para solucionar problemas técnicos na estação, desativada havia um ano. De imediato eles sentiram algo estranho no ar. Logo foram procurados por alguns habitantes e prevenidos de que dispunham de 20 dias para reativar a estação. Caso contrário, haveria um "quebra-quebra". Os técnicos tentaram conversar e demovê-los da idéia, mas foi inútil. Não queriam conversa, queriam a estação funcionando. A Polícia e a Prefeitura, procuradas pela equipe, preferiram não se envolver. Foram dias vividos sob grande tensão. Parrini recorda que eles trabalharam dia e noite, conscientesda pouca probabilidade de cumprirem o prazo imposto pela população. Eram constantemente vigiados, cobrados e observados. Decorridos 20 dias, informaram a população que o serviço estava pronto, mas precisavam de 10 dias para os testes de aceitação. Foi um alívio geral terem sido atendidos e, findo esse período, entregaram a estação0 operando e saíram de lá o mais rápido possível.
Escalada - Parrini relata que as regiões de garimpo são as mais violentas, como tucumã, no sul do Pará. Lá, durante uma festinha a que compareceu, ele precisou proteger sua vida debaixo de uma mesa, enquanto os demais frequentadores resolviam a tiros e facadas uma "questãozinha local". Foi ainda em Tucumã que Parrini deu uma de alpinista, apenas substituindo as cordas por um cabo telefonico. Durante os testes de aceitação da estação, o sistema rádio da cidade, muito precário, instalado no topo de uma montanha de 300 metros de altitude, saiu do ar. Era necessário escalar a montanha. Parrini e um técnico da Telemar percorreram dois kilometros de floresta densa e fechada até atingirem o sopé.
A caminhada em trilha muito íngreme, oferecia o risco de ambos se perderem. A única referencia que tinham de estarem na direção certa era o cabo telefonico que se estendia por toda a trilha. Entre macacos e pântanos, canto de pássaros e lama pelos joelhos, muitas vezes perdiam o cabo de vista, pois em algumas ele ficava encoberto pela vegetação, em outras estava submerso em algum lago e ainda em outras subia pelas árvores. Na maior parte da subida, eram obrigados a se agarrarem no próprio cabo, já que a trilha era muito escorregadia e os aclives acentuados. Ainda assim, as quedas foram muitas, porque eles não estavam equipados com acessórios próprios para uma escalada. Os dois técnicos levaram cerca de 6 horas para alcançar o topo. Parrini conta que a vista lá de cima era maravilhosa e a cidade, ao longe, "cabia na palma da mão". Através de walkie-talkie, contataram a Avibrás que estava na estação e, logo em seguida, conseguiram se comunicar com Guaratiba, interligada pelo rádio da Telemar no topo.
Feitos os ajustes e testes de transmissão, reparado o cabo q estava partido, iniciaram a descida, já então com muita facilidade: "Era só segura no cabo e escorregar sobre o barro", conta Parrini, que no dia seguinte, estava com febre alta e teve de ser internado por tres dias com problemas de malária.
Profissionalismo - Nenhuma das experiencias por que já passou é suficiente para diminuir o entusiasmo de Parrini. Ele diz que infinitas e boas lembranças de todas as viagens e locais em que esteve. Imbuídos de muito profissionalismo, aliado a espírito de aventura, os técnicos da Embratel não poupam esforços pra levar as comunicações a qualquer parte do País..


Por: Cristina Mota Jornalista da Embratel

Um comentário:

Anônimo disse...

OLA AMIGO VC CONHECE TUCUMÃ